16 de agosto de 2005

MAIS SOBRE O GÉRSON

Como a Luciana pediu, estou aqui postando mais alguma coisa sobre o Gérson. Ele foi, durante toda a sua (curta) vida uma figura ímpar. Morreu aos 34 anos, em 1992, de forma tranqüila: dormindo. Nasceu uma criança bem desenvolvida e foi gordo a maior parte da vida. Por isso, nos últimos cinco (ou seis, não lembro bem) últimos anos de vida, foi o Rei Momo no Carnaval de Franca, de forma merecida. Tinha quase 200 quilos e fazia questão de participar ativamente dos quatro dias de folia, nas avenidas e onde mais houvesse baile de Carnaval. 13 anos depois, ainda se lembram dele como o melhor, mais alegre e animado Rei Momo que o carnaval de Franca teve... Nunca se destacou no futebol, nunca se destacou na escola (embora fosse um gênio nos números mas deixou o comodismo tomar conta), mas destacou-se na vida. Era uma pessoa que nunca deixava de sorrir, brincar e fazer piadas. Tinha brio, sempre tentando resolver sozinho os seus problemas. E, numa característica inteiramente dos Ribeiro da minha família, era extremamente teimoso. A ponto de um dia fazermos um pacto: ele nunca discutia comigo sobre ortografia, literatura, televisão e cinema, enquanto eu nunca discutia com ele se o problema envolvesse matemática ou física. Uma semana antes de sua morte, deu mostras à minha mãe que já sabia que isso ocorreria (disse que teve um sonho vendo um cortejo fúnebre de alguém da nossa família). E viveu esta última semana de vida sério, pensativo, melancólico. Um dia depois do próprio aniversário (um dia 10 de maio, quando também se comemorava o Dia das Mães), amanheceu morto em sua cama. Mas sua morte não apagou a sua lembrança do coração de quem o amava. E até hoje de vez em quando me pego rindo de uma bobagem que ele inventava, a forma como imitava jocosamente as pessoas e as piadas que sempre contava. Uma figura ímpar, que foi sepultado com a roupa de rei momo branca (a última que usou e ele pediu para ser confeccionada nesta cor) e a bandeira da escola de samba que ajudou a fundar aqui em em Franca e que só desfilou no último Carnaval em que Gérson reinou. Nos próximos posts vou falar de todos os outros irmãos: Eurípedes, Hamilton e Wilson (também precocemente falecidos) e da Luci, que resiste bravamente em que pesem os problemas de saúde que a acometem ainda hoje!

Um comentário:

Anônimo disse...

oi...que lindo ver vc falar de seus irmaos de sua mae e pai...vc os descreve da forma que eles sao mais com muito amor e respeito...que fantastico a forma que cada um deles viveram...beijos...Hebe