15 de agosto de 2005

AS MÃOS DE MINHA MÃE

Quando lembro-me de mamãe, o que salta à mente são as suas mãos. Engraçado que as percebo como se as estivesse vendo na minha frente. Infelizmente, as perdi há 12 anos. Eram mãos pequenas, já denunciando seus setenta anos, mas de uma maciez inesquecível. Gostava de senti-las em meu rosto, acariciando-me, ou então pousadas sobre as minhas. As palmas, contrastando com a pele já flácida do lado oposto, ostentavam uma textura de veludo. Hoje, sem poder novamente tê-las entre as minhas, gosto de imaginar aquelas mãos firmes e macias protegendo o meu sono logo aos primeiros dias de vida, orientando meus primeiros passos, reforçando minhas primeiras letras e apoiando minhas primeiras conquistas. Aliás, mão de mãe é especial, assim como a própria: alimentam, orientam, corrigem e, amiúde, protegem. E as mãos de minha mãe, hoje me faltam. Mas com certeza estão a me abençoar no infinito ao lado de mães outras que nunca deixam de olhar e zelar pelos filhos, aqueles que mesmo marmanjos permanecem crianças para sempre.

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