Para todos os que se sentem discriminados, abalados, deprimidos e subestimados... E para quem nasceu e quer conhecer histórias e personagens da Usina Junqueira. E com um pouco de humor, também, que ninguém é de ferro!
20 de janeiro de 2007
MOMENTO DE NOSTALGIA
Depois de quase dois meses sem postar nada (desculpem-me meus amigos, mas resolvi ‘tirar férias’ para reunir inspiração para novos posts), cá estou eu de novo. E mais nostálgico do que nunca. Mesmo estando já quase em fevereiro de 2007 (e pertinho dos meus 45 anos, afe!), não posso deixar de lembrar os Natais que vivi em minha Macondo, a Usina Junqueira da minha infância. Embora vivêssemos em permanente aperto financeiro, todo 25 de dezembro era batata: o presente estava lá. Até os 12, 13 anos, sempre um brinquedo. Depois disso, roupas. Para desespero do meu irmão mais velho, que ao receber roupas de presente de Natal aos 14 (ou 15, não sei ao certo) anos, chorou copiosamente, porque queria ganhar brinquedo. Uma coisa de que me lembro, embora eu fosse mais de dez anos mais novo do que ele. O Wagner Ribeiro lembrou lá no blog do Luizinho: o dia 25 de dezembro era especial para a molecada, que ia para a praça da Usina mostrar os seus brinquedos. E havia de todos os tipos: pequenos, grandes, baratos, caros. E cada um queria ostentar o seu com orgulho. Quando eu tinha uns 4 ou cinco anos, ganhei um trator Bandeirante, de lata, que mantive funcionando até uns oito anos ou pouco mais. No ano seguinte, outro brinquedo Bandeirante, só que desta vez um jipe verde, imitando um veículo militar. Eu adorava estes brinquedos. Assim como uma borboleta de plástico, com bolas nas asas que permitiam que fosse puxada tal fosse um carrinho. E fazia um barulhinho à medida que se movimentavam, já que havia peças de plástico dentro destas bolas-rodas. Quando eu tinha um dez anos e começava a apresentar as banhinhas que formavam aqueles pneuzinhos na minha cintura (hoje, nem cintura tenho mais), mamãe resolveu me dar um brinquedo chamado "rema-rema". Tinha praticamente o mesmo princípio do kart, com direção das rodas sendo controladas pelos pés, ao mesmo tempo em que para movimentá-lo tinha que fazer movimentos de remo numa barra semelhante àquelas dos vagões avulsos que andam nos trilhos e é movimentado pela força física, como já vimos muito em filmes antigos norte-americanos. Outros brinquedos foram carrinhos, bolas e um revólver de plástico, vermelho, que atirava um projétil com uma ventosa que grudava num alvo de papel. Era uma pistola igual a do Fantasma (que eu adorava) e que acabou se tornando um adereço da fantasia do personagem que minha mãe fez quando eu tinha uns seis anos. Orgulhoso, eu adorei a fantasia (toda vermelha, com uma máscara preta e short branco com listras azuis escuras) e a única foto que tirei com ela, inexplicavelmente, nunca vi. O fotógrafo disse que tinha queimado (não me lembro se o fotógrafo foi o sêo Ênio ou o sêo Raul). Estas lembranças mostram bem que vivo um momento de nostalgia que, tenho certeza, não vai acabar tão cedo. E vocês, meus amigos que me acompanham, vão ficar aturando a nostalgia de um menino que queria ter parado na infância daqueles anos mágicos de Usina Junqueira.
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2 comentários:
Eu também ganhei um jipão de pedalar. No final de ano, estive em Ribeirão Preto e o jipe foi motivo de controvérsia com minha mãe. Ela garante que o jipe era vermelho. Eu tenho certeza que era verde, pois tinha um símbolo do exército brasileiro. Para convencer minha mãe, lembrei que se era vermelho, só se fosse do exército da antiga União Soviética. Mas ela ainda não de convenceu da cor. O problema é que quando tenho "absoluta certeza", pode acreditar no contrário, conforme minha mulher diz.
Meu amigo, pode ter certeza: era verde, com um emblema do exército sim! Como o meu. Mais tarde surgiram outros modelos, como ambulância, da polícia e do corpo de bombeiros. Mas isso já era na década de 70, quando passaram a ser feitos de plástico. Os de metal eram verdes, do Exército.
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