22 de agosto de 2006

GENTE QUE CONHECI

Há momentos na vida em que penso que minha infância ainda está ali atrás, da qual decorreram poucos anos. Pois não é que há 30 anos estava eu deixando a infância e ingressando na adolescência? E deste tempo, muitas coisas vivi, muita gente conheci. E desta época, há nomes que ainda me vêm à cabeça e dos quais nunca mais ouvi falar. Como meu padrinho de crisma, Deolindo Valério, amigo de meus irmãos e ao qual escolhi, quando ainda tinha uns cinco ou seis anos para me acompanhar na crisma realizada na Capela de São Geraldo, na Usina Junqueira. Eu gostava muito do "Mapuaba" (era o apelido dele), um afrodescendente (é assim que se tem que dizer hoje, né?) alegre e brincalhão. A última vez que o vi, já na década de 1970 (eu devia ter uns oito ou nove anos), quando ele chegou na usina dirigindo um carro da Companhia Paulista, de Ribeirão Preto (depois comprada pela Antártica), como representante da empresa que fabricava a cerveja escura Niger e o delicioso Guaraná Paulista (nunca mais bebi outro igual). Também outro negão sangue bom (desculpa a expressão) era o Célio, que trabalhava na Usina e jogava como goleiro no Caçulinha (era assim que chamávamos o time da Usina Junqueira). Tinha quase dois metros de altura e era muito amigo do meu irmão Hamilton. Passou a freqüentar nossa casa e, lembro-me bem, ele adorava ler e ficava maravilhado com tantas revistas que mamãe comprava. Foi meu primeiro ídolo no futebol (assim como o Vermelho, o Cacaolho e o Vítor, irmão da Silvana que era amiga da minha irmã), ao lado do Cejas, Ramos Delgado, Edu e Pelé (do glorioso Santos do início da década de 1970). Do Arthur, músico excepcional (só que, infelizmente, não me lembro do instrumento que tocava), que substituiu o sêo Étore como regente da banda e tentou enfiar um pouco de música na minha cabeça. Infelizmente, meu dom era só para tocar surdo, função que desempenhei algumas vezes na banda da Usina Junqueira, nas domingueiras na praça Coronel Quito, onde mamãe vendia balas, doces, chicletes e pipocas. Ele tentou me ensinar algum instrumento, sem sucesso. Um dia, quis que eu tentasse tocar caixa em plena música. Necas de catibiriba! Lembro-me também da esposa dele (que, infelizmente, esqueci o nome), a qual acompanhei junto com o Ché (nem pra saber o nome dele direito eu presto), filho do sêo Hildebrando às visitas semanais ao Chico Xavier (ela era uma das médiuns que o auxiliava). O Ché também foi um grande amigo (e também grande músico) que emprestava-me livros espíritas e que gostava de tocar violão e cantar, assim como o Adãozinho (outro que tentou me ensinar a tocar violão). Do Ché, soube que continuava na Usina. Será que permanece lá? E os outros, como os irmãos Oswaldo Júlio e Silvinho; o Iraílton (os três foram para São Paulo, mesmo destino do Antônio dos Santos); a Beth Aléo (que cantava lindamente) e a Cristina Guitarrara (linda e que mamãe sempre elogiava); o Hugo, filho da Donana, vizinho nosso, que arrumou um calhambeque que era a alegria da criançada; Carmem Lúcia, José Wilson e Carlinhos, vizinhos da rua Quatro. E o Funfa? O Paraná? O Cidinho, irmão dele? As irmãs Marta e Mirna, que um dia progatonizaram uma feroz luta de boxe no pátio do ginásio, usando as luvas que o professor de Educação Física, Nicolau, levara pra lá? Aliás, onde anda o Nicolau? E Samuel, o pivô do basquete da Usina, filho do Bolão? O Levy, que morava na Gordurinha (ou no Sertãozinho, não me lembro bem) e era pau pra toda obra? E Seu Martin, o guarda do jardim, que arrumava cigarros pra molecada que achava que tinha crescido e fumava escondido dos pais? O Rui, o Jorjão, o Valdir, o Betão, o Azeitona (era este o apelido, acho), filho do Gaspar, que jogava no gol? Todos estes (e mais várias dezenas de outros) treinavam futebol de salão com papai. E o Baliza? O Pardal? O João Paulo? O Zé Pitolé? E muitos outros, com os quais convivi diariamente por anos a fio? Onde estão? O que fazem? Como estão? De alguns tive notícias e a grata satisfação de reencontrar, como o José Ricardo (o Cadim), colega de travessuras, hoje trabalhando no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. O Luiz (Luizinho) Eduardo, irmão dele, só trocando mensagens pela Net. Assim como as irmãs Luciana, Cristina e Fernanda. Todos Lucas, filhos da dona Dalilu (um nome que eu sempre achei bonito) e do sêo Luiz Lucas. Pelos quais fiquei sabendo notícias de várias pessoas, como a família Pinheiro (sêo Orlik e os filhos Paulo, Milton, Dunga, Mércia e Zé Fernando) e várias outras pessoas. Conforme for lembrando de mais gente (afinal, a mente já não funciona como décadas atrás), vou postando aqui. Para ficar marcado e se tornar referência quando a mente já não mais conseguir relembrar.

5 comentários:

Anônimo disse...

Meu amigo. Lembro-me de quase todos que você citou.Certo dia, num racha na quadra, marquei um gol no Célio. Alguns momentos a gente nunca se esquece. Esse foi um deles.
Infelizmente o Cidinho faleceu num acidente perto de Batatais há uns cinco anos. Sêo Orlique também nos deixou há uns três meses. O Paraná mora em Ribeirão Preto e trabalha com o irmão Donizeti na loja de bicicletas deste.

Anônimo disse...

O Arthur toca sax e clarineta. Trabalhei com o Vitor na oficina e jogava no time juvenil que ele treinava. O Azeitona, acho que se chama Evandro,não é filho do Gaspar. O filho do Gaspar eu não me lembro do nome. É muita gente para lembrarmos tudo, não é? Mas o importante são as recordações.
Um abraço.

Sidnei Ribeiro disse...

Eu me enganei de nome, meu amigo. O filho do Gaspar a gente chamava de Mussum ou Mussa. Eu jogava com ele, com o Betão, o Jorjão e vários outros num dos times do meu pai. E tinha muitos mais que, infelizmente, não consigo me lembrar.

Anônimo disse...

Olá Sidnei, você esqueceu de dizer que o melhor goleiro do time do teu pai, era eu e os melhores atacantes eram: o Waguinho ( meu primo), e o Roberto Chiméca.E também não falou da luta de boxe que fizemos, e eu te acertei no estômago, e você ficou meio atordoado, também pudera, você era um garotinho, e eu um tanto crescido. Não sei onde o Zoroastro estava com a cabeça, mas esse episódio me custou uma dura de teu pai, mas todas essas recordações, nos fazem bem pois vivíamos como uma só família, nossos pais tomando conta de todos como filhos, e nós uns dos outros como irmãos. Abs NEULYS

Anônimo disse...

Ola Sidney, não sei se vc me conhece...o Rodrigo Filho da Edna Filetto, minha mãe disse todos eram grandes amigo e mandou abraço pra vc...., ela me contou varias histórias de vcs na Usina Junqueira

meu e-mail raffoliver@bol.com.br