15 de agosto de 2005

PONTO DE REFERÊNCIA

Depois de alguns anos, vendo diários de magros, magos e quetais surgindo por aí, pensei: e por que não o Diário de um Gordo? Que fosse realmente escrito por um gordo? Aliás, nos últimos tempos o gordo deixou de ser charmoso e virou preguiçoso... A gordura deixou de ser símbolo de saúde e virou problema de saúde pública. Tal como cigarro (hoje, um vilão; na década de 50, símbolo de charme), tal como a bebida (hoje, vista como uma droga e antigamente também símbolo de alegria e status). Pois então, o gordo (ao lado do careca, um ponto de referência) hoje se esconde, se anula, tem medo e vergonha dos olhares espantados da patuléia ignara. Minha intenção é mostrar que a coisa não é nada disso. Não busco fazer uma apologia da gordura (que, realmente, não é sinal de saúde, muito pelo contrário), mas mostrar que também nós, os gordos, não somos vilões e muito menos desleixados ou preguiçosos. Em meio a uma humanidade que elogia ossos e pelancas, viva a banha! Salvem os churrascos, as pizzas, as massas! Isso, sem deixar de cuidar da saúde, é claro... Enfim, viva a vida! Magros, gordos, todos juntos vivendo e sendo felizes, porque do contrário também não dá para se passar pela existência, né não?

Nenhum comentário: