Para todos os que se sentem discriminados, abalados, deprimidos e subestimados... E para quem nasceu e quer conhecer histórias e personagens da Usina Junqueira. E com um pouco de humor, também, que ninguém é de ferro!
10 de fevereiro de 2007
UM AMIGO É PARA SEMPRE?
Acho que hoje estou melancólico. Lembrando-me de passagens da minha vida, voltam-me à mente pessoas que complementaram minha história pessoal, saindo dela e acabando por se perderem neste mundo de Deus! Desde pequeno, sempre tive facilidade de fazer amizades, em que pese uma introversão que acabou quase me fazendo um eremita. Quando eu tinha meus nove, dez anos, tive em um vizinho, bem mais novo, um amigo bem importante. Há poucos anos fiquei sabendo que Zé Fernando (José Fernando Pinheiro, filho do sêo Orlik, irmão do Dunga, da Mércia, do Paulo e do Milton) estava morando em Ribeirão Preto (a uma hora de Franca). Trocamos poucas mensagens e no fim, os contatos se perderam. A Mércia, que cheguei até 'produzir' para ir num baile de Carnaval, na Usina, tive o prazer de saber de sua formatura em Direito e mais nada. Também na Usina passava um bom tempo com o Faustinho, filho do Fausto e da dona Wanda e neto da Donana e seu Antônio (será?) Daniel, que eram nossos vizinhos ali na pracinha. Eu tinha uns oito a dez anos e ele tinha uns cinco: jogávamos bola, brincávamos muito e sempre que ele estava lá, eu era chamado para brincar com ele. Um dia, ele passou a morar definitivamente em Igarapava e, mais tarde, mudei-me da Usina e nunca mais vi. O mesmo acontece com o Dunga, de quem tive notícias mas não tive o prazer de encontrar. Também o Zé Pitolé, que morava vizinho ao Dunga que era meu vizinho também. Ainda na infância, tive um grande amigo, Carlos Henrique Kitter, o qual fiquei sabendo que foi morto de forma violenta em Ribeirão. O Cadim (José Ricardo Lucas, irmão do Luizinho Lucas) tive o enorme prazer de encontrar algumas vezes no HC de Ribeirão. O Neulys, goleirão do time do meu pai, com quem joguei basquete também, ainda encontro de vez em quando nestas ondas virtuais, com suas mensagens em meu blog e e-mails também, como o Luizinho Lucas, que era bem mais velho que eu na Usina e não convivemos bem. Outra pessoa com a qual conversava bastante quando ele estava na Usina acho que era neto do seu Zé Quintela, que morava vizinho da barbearia do Joãozinho. O garoto passava as férias e alguns finais de semana na Usina e sempre passávamos horas conversando no banco da pracinha, principalmente sobre São Paulo, onde ele morava. Infelizmente, o nome dele é uma das coisas que a diabetes apagou completamente da minha memória. Lembro-me ainda do Ché, irmão do Nivaldo Boquinha (que hoje mora em Franca, no mesmo bairro que eu) e que me levava às reuniões do Chico Xavier, em Uberaba. Ele (e o Adãozinho, já disse aqui) tentaram de todas as formas me ensinar a tocar violão mas não consegui pegar a coisa. Havia o goleirão Célio, com quem também conversava muito, embora eu não passasse de um moleque. Outras pessoas das quais me lembro e que nunca mais vi foram meus padrinhos, André Luiz (batismo) e Deolindo Valério, o Mapuaba (de crisma, que eu mesmo escolhi). O Levi, que morava na Gordurinha e tentou namorar minha irmã Luci; o Sérgio, namorado da Flávia, cuja irmã namorava o Robertinho Chinéca, este um craque no futebol de salão; a Lena, irmã do Nem, amicíssima de minha irmã e que também conversava muito comigo, da mesma forma que a Creuza (ou era a Neuza? As duas eram gêmeas e uma, mal-humorada de nascença, me detestava!), filha da dona Lica, nossas vizinhas ali na rua Quatro, e muitos outros. Estes os que passaram e marcaram minha vida na Usina Junqueira com as suas amizades e com a maioria dos quais nunca mais topei. Será que se lembram de mim como me lembro deles? O que estarão fazendo? Como estarão vivendo? De vez em quando fico pensando que eu também passei pela vida deles mas será que deixei saudades ou fui marcante, a ponto deles lembrarem de mim? Isso deixa-me melancólico, apreensivo e, acima de tudo, esperançoso de que mais alguns deles leiam tudo o que escrevi acima e entrem em contato comigo...
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11 comentários:
que maravilhas que voce escreve da usina eu adoro ler o seu blog. eu nasci la em 1953,mudei para são paulo em 1970 morei na rua higienopolis meu pai era montador das caldeiras,um grande abraço.olga
Pois é, Olga: eu morei na Usina até 1975, primeiro na rua Quatro, depois na Pracinha, onde tinha sido o Bar do Fausto, em frente ao clube. Não me esqueço de onde eu nasci nem do que lá vivi! Abraços...
Amigão ( virtual ) Vá alihavando uma linha do tempo , no tempo em que vce era menino na Junqueira ,porque isso vai dar um livro muito bom. Pena que o nosso tempo não bateu , porque , com certeza estariamos inseridos em alguma historia . Das pessoas que vce cita , algumas eu conheci os pais e outras fui do mesmo tempo como o Adão , o Zé Alexandre, o ché /o Fausto tocando o bar com a sua mãe etc..
Um grande abraço /wagner ribeiro rosa ou china
Pois é, a memória continua nos pregando peças: quando digo Sérgio, namorado da Flávia, quero falar no Márcio, irmão da Suzana que namorava o Robertinho. O meu padrinho era o Zé Luiz, cujo contato perdi quando tinha uns quatro ou cinco anos... E muitos outros, dos quais posso ter esquecido o nome (ou mesmo trocado), peço desculpas, pois fica difícil lembrar todo mundo trinta (ou mais) anos depois.
China: nós não vivemos na mesma época lá na Usina, mas com certeza vc conheceu os meus irmãos mais velhos: o Babão, o Hamilton e o Wilson. Destes, o Babão (ou Eurípedes) era o mais famoso, por causa das confusões e brigas em que se metia. A tinha ainda o sabão que minha mãe fazia e vendia ali, por quilo, ou então a geléia que ela fazia e o Wilson e o Hamilton vendiam nas ruas. O Babão tentou vender uma vez, deixou um moleque tomando conta dos doces e foi jogar bola. Nunca mais viu nem o tabuleiro!
ola sidnei,bem que voçe poderia escrever um livro de recordaçoes da usina junqueira voçe poderia fazer uma parceria com o luis de luca do blog lembranças da usina junqueira,pense com carinho no assunto.saude ,paz e prosperidade é o que lhe desejo.olga
Olá Sidnei. Encontrei seu blog por acaso e me encantei com sua história sobre o inicio da sua profissão. Sou totalmente apaixonada pela área, e, assim como você no início, estou em busca do meu lugar ao sol. Parabéns, você é um exemplo de perseverança! Abraços!
Cara Marcela, só um conselho, se me permite: não desista. Busque seu espaço e lute para mantê-lo, porque se vc é mesmo apaixonada por jornalismo, vai conseguir mostrar sua capacidade e vontade de fazer um bom trabalho. Espero mais visitas suas por aqui, já que estou reiniciando os posts nestes próximos dias. Obrigado pela visita e um abraço!
Sidnei
Ei cara blz? Por acaso encontrei seu blog. Sou filho do Dunga, o Orlique Júnior, vou falar p/ o meu pai entrar em contato! Abraço
Sidnei,achei muito legal seu blog, não sei se você vai lembrar de mim sou Samuel Fortes filho do Bolão, lembro de você e de seus irmãos. Você lembro dos circos que ia na Usina e depois o Fifi e o luizão beizuda fazia os circos no fundo da casa deles, entrada era talão de pão ou leite ou caixa de fósforo.
Abraços
Samuel
Meu caro Samuel: lembro de vc sim. Há algumas coisas que não me esqueço da Usina e algumas delas são ligadas ao seu pai: o basquete, o cinema no salão do clube (o Bolão era recebido com grande festa pela molecada) e o maravilhoso bauru que ele fazia e vendia, embalado um a um em papel manteiga e que ele levava numa forma de bolo. Obrigado pela visita. Eu lembro de vc treinando basquete durante as tardes na quadra, sob o comando de seu pai. Tanto que tentei jogar basquete e o tamanho não deixou. Mais tarde descobri que não nasci para atleta e investi naquilo que sei fazer: escrever. Obrigado pela visita e volte sempre... Espero mais notícias suas e dos seus. Um abraço!
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