17 de fevereiro de 2006

MAIS LEMBRANÇAS

Quando olho para trás, os 43 anos vividos (próximo dos 44, no dia 26 de fevereiro) parece que passaram num piscar de olhos. Ainda me vejo nas ruas de cascalho da Usina Junqueira (quando saí de lá, ainda não haviam calçado). Vejo-me ainda na rua 4, número 20. Na casa à esquerda, morava a família do seu José Tonasso (era isso mesmo? Desculpem, mas de vez em quando minha memória falha, por causa do Diabetes), pai do Carlinhos, da Carmem Lúcia. Havia ainda um irmão mais velho, cujo nome não me lembro... Do lado direito, Casa da Dona Lica e do seu Juvenal, com os irmãos Caonca, Neusa e Creuza (irmãs gêmeas, mas de gênios completamente oportos) e a Nilda, mais nova. Em frente, morava dona Mercedes, mãe do Ivã e a nossa televizinha (o aparelho de televisão entrou em nossa casa apenas em 1975, quando já morávamos em Franca). Lembro-me da dona Maria "Vira Saco" e seu marido, que irritava minha irmã, Luci, chamando-a de "Catilina". Adãozinho morava na mesma rua (e com ele tentei aprender a tocar violão, mas acho que o pendor para as letras impediu a existência de algum talento para a música; o professor era ótimo, mas o aluno...). Ainda na rua 4 havia a dona Varina (vizinha da dona Lica), mulher do sêo Luiz e que tinha um casal de filhos. Sua paixão eram os gatos. Ainda moravam ali o Donil (ás no piston e trompete, tendo sido um dos Dez de Ouros do Mancini). Mais embaixo, moravam o Nem (que perdeu um braço nas moendas da Usina e isso não o impediu de jogar basquete e futebol de salão, no gol), a Lena, irmã dele (grande amiga de Luci). Na esquina morava o pai do Valdir (não consigo me lembrar o nome dele, em cuja casa eu e meu pai vimos os jogos da Copa de 70; na execução do Hino Nacional, ele exigia que todos ficassem de pé e ouvissem o Hino reverentemente). O Valdir, garoto magro e esperto, foi um dos craques do time de futebol de salão do meu pai. Lembro-me do João Nirschl, já no quarteirão de cima, com os seus "bonecões de carnaval" e os pirulitos inimitáveis que eram a coqueluche entre garotos e adultos. Havia ainda o pai da Tânia, que eu e a Luci chamávamos de padrinho... Muito mais gente morava na rua quatro, como os Guitarrara, dos quais me lembro apenas do Paulo, que acho que era mais ou menos da minha idade. Lembro ainda do Bolão cujos filhos, Samuel e Tonico eram craques do basquete. Bolão era ídolo de toda garotada: além de vender um bauru inigualável nos jogos da quadra, cada um embrulhado em papel manteiga, também era responsável pela projeção dos filmes no clube existente na Praça Sinhá Junqueira. Com apenas um projetor, a sessão era interminável com os vários intervalos pra trocar os rolos de filme. Cidinho e Paraná, além dos irmãos, também moravam neste segundo quarteirão. Desculpem a nostalgia, mas não posso me furtar a lembrar destas pessoas que, de alguma forma, passaram pela minha vida e se tornaram inesquecíveis, fazendo-me voltar ao final dos anos sessenta, quando eu tinha entre cinco e oito anos...

6 comentários:

Sidnei Ribeiro disse...

Meus amigos: tem horas que a cabeça me falha e acabo esquecendo coisas aqui nos meus textos. Uma omissão imperdoável é o esquecimento do nome do José Wilson, irmão da Carmem Lúcia e do Carlinhos, vizinho meu. Ele é protagonista de uma história deliciosa (foi vítima do Babão) que um dia ainda conto aqui...

Anônimo disse...

Ei, seu menino que vai fazer só 44. Meus parabéns antecipados pelo dia 26.

Anônimo disse...

Sidney, parece que essas fantasias e experiências existem nessa época para serem escritas por nós quando adultos! E meus parabéns atrasados pelo dia 26 hehehe
abraços

Anônimo disse...

sidney,voçê nem imajina como é gratificante ler estas lindas histerias da usina,eu nasci lá no ano de 1953 até 1970 morei na rua igienopolis.lendo o seu blog eu faço uma recreçao no tempo.
um abraço.olga bernardes.

Anônimo disse...

Oi Sidnei tudo bem.
Estava olhando o seu blog e me deparei com toda a nossa vizinhança do lado de baixo da dona Filinha,mãe do Adão morava eu o Juninho do seu Getulio lembra.
O irmão da Carmen e o Jose Wilson.
Parabens pelo blog um abraço a todos os seus familiares.

Sidnei Ribeiro disse...

Olha, Juninho. Agora, puxando pela memória, lembro-me de você e do seu pai, seu Getúlio. Tem coisas que ficam escondidas dentro da mente da gente, à espera de uma centelha que reaviva tudo. Obrigado pela visita, pela lembrança e espero que vc volte por aqui... E tb mande mais notícias suas porque gosto de saber como anda o pessoal da usina, principalmente os que conheci. Um abraço!