18 de novembro de 2005

DESILUSÕES DA INFÂNCIA

Num dos últimos posts posso ter deixado uma impressão errada sobre meu pai. Sistemático e turrão, ele também sabia ser generoso e paciente. Afinal, por anos a fio, dividia com o Bolão, na Usina Junqueira, a função de Papai Noel oficial. Os dois percorriam todas as casas distribuindo para as crianças os presentes que os pais tinham comprado. Houve época em que os presentes eram da Usina. São tempos mágicos dos quais não me esqueço. Mas a magia acabou por conta da sagacidade do Gérson.
Eu e Luci morríamos de medo do Papai Noel (e meu pai o fazia um velhinho na verdadeira acepção da palavra; alegre sim, mas velho, dizia ele que sempre se recusou a fazer o Ho-Ho-Ho característico). Quando ele entrava em nossa sala, nos encolhíamos num canto do sofá. Um dia, eu devia ter uns cinco ou seis anos (e o Gérson sete ou oito e a Luci seis ou sete), na véspera do Natal, o Gérson disse que papai era o Papai Noel. A gente duvidou e ele repetiu: "é o papai sim; quando ele chegar, olhe nos sapatos e no relógio". Batata: à noite confirmávamos, para nossa tristeza, a realidade. E não ficamos calados... No dia 25, falamos tudo para mamãe e, a patir daí, nunca mais tivemos Papai Noel. Esta foi, pelo que me lembro, a primeira de muitas desilusões e decepções nesta minha caminhada de 43 anos pela vida.
A primeira desilusão amorosa, eu me lembro muito bem. Só vou não vou citar o nome da garota aqui para não criar melindres. eu devia ter uns 8 ou 9 anos quando, numa cerimônia de casamento na lindíssima Capela de São Geraldo, na Usina Junqueira, eu a vi entrar. A dama-de-honra imediatamente atraiu minha atenção. Nunca tinha visto aquela menina antes e me apaixonei por seus olhos negros e amendoados. Na época eu me achava poeta e dediquei dezenas de versos, poemas e poesias à musa de quem não esquecia. Um dia, ela, que morava numa das fazendas próximas, mudou-se para a Usina e deixou-me ainda mais apaixonado.
Sempre procurava uma forma de vê-la, dando volta para passar defronte de sua casa e estas coisas. Quando tinha 12 anos, com a ajuda de dois amigos (um é o Ronaldo, não me esqueço), tentaram um encontro forçado. Como coisa de moleque não dá muito certo, esta também não. E, ao saber de minha paixão, ela passou a fugir de mim. Outra desilusão. Mas tive outras paixões platônicas na Usina (e fora dela também) e não sei se, alguma vez, alguém também me quis e só ficou olhando de longe...

Um comentário:

Anônimo disse...

Bobonas não sabiam o que estavam perdendo!!!! rárárá.....
Ainda bem que foi assim,pq Deus me deu a oportunidade de faze-lo feliz,com as nossas filhotas lindas que nos encantam a cada dia que passa...
Sou mto feliz ao seu lado pq tenho um amor que sempre busquei,e que agora só me faz feliz.....
Bjão Amore Mio!!!!