Para todos os que se sentem discriminados, abalados, deprimidos e subestimados... E para quem nasceu e quer conhecer histórias e personagens da Usina Junqueira. E com um pouco de humor, também, que ninguém é de ferro!
25 de agosto de 2005
EU E A PISCINA
Não é para me gabar, mas dentro de uma piscina me transformo em peixe: vou pro fundo e só saio quando me tiram, morto! Pra dizer a verdade, nunca tive uma relação muito cordial com grandes volumes de água, não. Quando tinha cinco ou seis anos, no máximo, morava na Usina Junqueira e, como acontecia apenas uma vez na vida e outra na morte, permitiram que os moleques do Parque Infantil usassem a piscina que havia por lá. E não adiantou insistir: dona Altiva bateu o pé e proibiu que eu participasse, em razão da saúde (pra ela, gripe era sinônimo de morte, pelo menos para o caçulinha dela). E o teimoso aqui (a coisa vem de longe!) não deu o braço a torcer. Escondido, passei a mão num short de banho, amoitei uma toalha perto do portão e, na hora certa, fui-me para uma tarde de delícias naquela piscina cobiçada por 10 entre 10 garotos da usina. Quando voltei pra casa, cometi o pecado mortal: coloquei o short pra secar, junto com a toalha, no varal do quintal. Resultado: além de uma surra bem dada pela dona Altiva pela desobediência, haja injeções, remédios, chás e outras intragáveis beberragens para curar a subseqüente gripe e infecção da garganta nos dias posteriores. A partir daí, minha relação com piscinas apodreceu de vez. Um dia, meu irmão Wilson levou-me ao rio Grande, a poucos metros da Usina, para uma tarde de diversão. Além de quase me afogar, passei os dias seguintes doentes sem que minha mãe atinasse para a razão (isto foi um segredo que meu irmão levou para o túmulo e eu revelo só agora). Anos depois, novamente arrastado pelo Wilson, já em Franca, fui à piscina do CPP (Centro do Professorado Paulista). Batata: outro quase afogamento e mais uma semana de tratamento. Anos depois, já adulto, resolvi acompanhar Luci ao Bagres Country Club, aqui em Franca, decisão que me fez desistir de vez de tentar interagir com a água de uma piscina. Quando cheguei (e na época, tinha pouco menos de 130 quilos!), botei o calção e me dirigi à piscina, uma platéia admirada passou a me seguir. Pulei dentro dágua quando, ao olhar de um lado, vi que a onda que provoquei quase mandou um garoto pra fora da piscina. E vi, horrorizado, que pais e mães retiravam os filhos pequenos das minhas proximidades, como se eu fosse uma orca assassina. Só voltei a enfrentar uma piscina há pouco tempo, na Unifran, para um tratamento de problemas no joelho que exigem hidroterapia. E ontem, olhem só: eu e Luci (que também faz hidroterapia no mesmo local e no mesmo horário) vimos que, juntos, podemos ser contratados para provocar ondas artificiais em piscinas. Porque só nós dois, durante os exercícios, provocamos ondas que fazem a alegria de alguns garotinhos que participam do mesmo tratamento. Aí caí em mim: embora tenha a necessidade de utilizar a piscina para tratamento de saúde, nunca terei uma relação amistosa com um grande volume de água, porque não achei graça nenhuma em represas, oceanos ou mesmo lagos de um metro d'água. Eu e ela (a água) nunca nos demos bem, mesmo!
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2 comentários:
Adorei sua história, morri de rir aqui com as ondas provocadas.
Luciana
oi...entao somos dois,tbm nao me dou bem com a agua nao,tenho pavor de ver aquela quantidade de agua em minha frente...e vc e lindo viu do jeitiho que vc é,ninguem ficaria horrorizado de ver um homem tao lindo assim igual a vc..e com certeza os que conhece um pouco de vc muito menos..beijos...Hebe
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