Para todos os que se sentem discriminados, abalados, deprimidos e subestimados... E para quem nasceu e quer conhecer histórias e personagens da Usina Junqueira. E com um pouco de humor, também, que ninguém é de ferro!
15 de agosto de 2005
AVENTURA NO ÔNIBUS
Você já pensou caro amigo, o que é aguentar uma aventura num ônibus urbano, na hora do "rush", carregando um saco de café (60 quilos) nas costas? Pois é o que o gordo passa sempre. Dezenas de quilos a mais na obesa silhueta, o coitado já sofre na hora de entrar no coletivo. Cutucões, empurrões e risadinhas irônicas. E o coitado, bufando de calor, escorrendo suor por todos os poros, tentando manter a dignidade diante de uma massa que se diverte com situações como essa. Dentro do ônibus, começa uma nova etapa de sofrimento. Só quem é gordo sabe o que é se segurar para manter a estabilidade, ficar em pé dentro de um ônibus lotado. E a maioria das pessoas olhando pra gente com aquela cara: "viu só, seu preguiçoso? Agora, agüenta!". Pra todo mundo, o gordo é um preguiçoso, um desleixado e tudo o mais... E a gente, olhando dentro do ônibus, não vê um banquinho sequer vazio. Uma senhora, com cinco filhos pequenos, resolveu sentar num daqueles bancos individuais e colocar cada um dos pimpolhos na sua frente: seis bancos cheios, e o gordo se esfalfando para conseguir manter o equilíbrio, sendo jogado de um lado pro outro. E o motorista, nem aí: pé no fundo do acelerador, curvas em velocidade, tudo pra piorar ainda mais a situação. Mas o pior ainda não chegou: um velhinho, daqueles aposentados que têm no passeio em um coletivo a sua única diversão (e fazem isso na mesma linha o dia inteiro, já que não pagam a passagem), abre um sorriso, mostrando a gengiva porque os dentes já se foram faz tempo, diz: "não é da minha conta, mas quantos quilos cê pesa?". Ao ouvir pela milésima vez a mesma pergunta, o gordo, que foge de balança, só tem a responder: "realmente, não é da sua conta!". Ou então: "se nem a mim interessa o meu peso, porque vai interessar a você?". Aliás, as pessoas têm uma curiosidade estranha a respeito das diferenças. Se vêem um gordo, querem saber o peso; se vêem um muito magro, também... Se vêem um jogador de basquete, querem saber a altura; se vêem um anão, a mesma coisa. Quando você chega a seu ponto, tem ainda que arrastar uns três junto com vc para poder descer, porque ninguém abre caminho. Já fora do coletivo, só um "ufffa!" resolve diante da grande aventura vivida. E foi apenas uma viagem de quinze minutos... Imagina se fosse muito mais do que isso? Nenhum gordo merece!
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Um comentário:
menino, ideia magnifia esta sua criação....parabéns.....sou filha do paulinho gasoso, filho do seu merquide e da dona dú, neta do seu antonio e da dona mariinha do grupo(merendeira), nasci na usina, mas fui criada em sp, mas ia duas vzs ao ano para usina......doces lembranças, a....o toro era primo de minha mãe, abraços, fernanda
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